Quando menina me encantava com os cozinhados que preparávamos em
pequenas panelinhas de plástico. No quintal entre os brinquedos tentava repetir
toda aquela movimentação que eu via na cozinha de casa. Ferver o leite,
prática que foi deixando de existir depois do leite pasteurizado, parecia um
trabalho nobre, já que não o deixar transbordar era coisa para especialistas,
preparar bolos e doces então, era algo essencial para mim mais até que cortar
carnes e tempera-las. Minhas manhãs eram tomadas entre o cuidado com as bonecas
e as panelinhas, nesta época, estudava a tarde e acordar cedo para brincar não
era de forma alguma um problema. Difícil mesmo era deixar todo aquele mundo
para ir à escola!
Nas panelinhas cabiam folhas, pedaços de papelão, cordões que
faziam as vezes de macarrão e todo tipo de miudezas que achássemos pelo chão. Tudo virava comida, colorida e saborosa.
Também quando estou na cozinha hoje, entre panelas, me sinto criança, me invade a mesma alegria pueril dos tempos das panelinhas. Aprendi a importância das carnes e verduras que procuro preparar com todo carinho e cuidado, mas feliz mesmo me encontro entre os açucares. Comprei um jogo de medidores plásticos para me ajudar com as receitas e quando os tenho nas mãos me vejo de novo brincando naquele quintal de minha infância.
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